Os prefeitos ligados ao Consórcio de Municípios do Agreste e Mata Sul de Pernambuco (Comagsul) aproveitaram o 8º Congresso da Amupe, no Centro de Convenções de Pernambuco, para divulgar uma carta aberta defendendo o ramal da ferrovia no trecho pernambucano.
Como todos sabem, na metade 2022, o então ministro de Bolsonaro Tarcísio de Freitas deu uma canetada concedendo aos cearenses o direito de conclusão do trecho até Pecém.
Por aqui, Paulo Câmara reagiu e tentou arrumar um sócio privado para a concessão, alternativa deixada pela União. Com a chegada de Lula e Raquel ao poder, ficou acertada que o ramal para Suape será feito com recursos da União.
Nisto já se foram mais de dois anos.
O consórcio da Mata Sul reúne 23 municípios e acredita que a obra pode ajudar na interiorização do desenvolvimento econômico.
Nesta direção, a principal demanda é a construção de ao menos um porto seco - entreposto logístico para armazenamento e distribuição de bens pelo caminho da estrada de ferro. Com rebate direto na oferta de empregos.
O atual prefeito de Altinho, Pernambuco, Marivaldo Pena, explicou ao site Jamildo.com, no evento, que a localização seria definida em um segundo momento, por um estudo econômico. O trajeto passa pelas cidades de Cachoeirinha, Ibirajuba, Altinho, Agrestina e Belém de Maria.
Bartolomeu Mendonça, coordenador de projetos do Comagsul, contou que o Ceará já conta com três portos secos para dar suporte às operações da via férrea deles lá.
Licitações em julho
No primeiro dia do evento, o secretário especial André Ceciliano, auxiliar da Presidência da República, já havia dito que a obra iria ser feita, mas não deu muitos detalhes.
No evento, Felippe Morais, assessor parlamentar do Ministério dos Transportes, informou que, no segundo semestre deste ano, serão licitados dois lotes da obra no trecho pernambucano da Transnordestina, que vai de Salgueiro até Suape.
De acordo a Infra S.A, um dos trechos liga Custódia e Arcoverde (chamado de SPS 4) com uma extensão de 73 km.
O outro vai de Cachoeirinha a Belém de Maria (chamado de SPS 7), com uma extensão de 53 km.
O governo federal informou que, após a licitação das empresas que farão a obra, a expectativa é que os serviços sejam iniciados até o final de 2025.
Com custo estimado de R$ 3,5 bilhões, a estimativa da Infra S.A é que o trecho total de Salgueiro-Suape, com 544 km de extensão, seja concluído até 2029.
Nem é preciso repetir a importância econômica da obra para Suape e Pernambuco.
No entanto, caso saia, a obra poderia ajudar a recuperar a imagem da nossa classe política em prol de um objetivo econômico e social relevante.
É uma vergonha que se tenha tanta gente em cargos importantes em Brasília e tenhamos levado uma rasteira do Ceará!